PolÃticas Afirmativas
Encontro intersetorial reúne mulheres negras tradicionais de Lauro de Freitas e Camaçari
Por Aina Soledad
29/07/2021 12:33
Imagem :Lucas Lins
Dar voz às mulheres negras é parte do processo para construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O assunto foi amplamente discutido no encontro intersetorial das mulheres negras tradicionais de Lauro de Freitas e Camaçari, na tarde desta quarta-feira (28), na Casa do Samba no Quilombo do Quingoma. A roda de conversa integra as atividades do Julho das Pretas no município.
O encontro teve como tema “As trocas e vivências entre essas mulheres pretas e seu protagonismo como autora da sua própria história”, e reuniu mulheres indígenas, marisqueiras, baianas de acarajé, pescadoras, entre outras categorias, que, em seu lugar de fala, destacaram pontos relevantes da sua cultura, valores e vivências. O encontro teve como objetivo evidenciar o protagonismo delas, através da trajetória e os aspectos político, cultural, identitário e comunitário.
A superintendente de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Aline Santos de Oliveira, ressaltou que o compartilhamento de saberes é responsável também por fortalecer a luta de promoção da igualdade racial. “Possibilitar essa vivência é tirar um momento para ouvir a outra e mostrar que estamos juntas na luta contra o preconceito e todas as formas de opressão contra a comunidade negra, sobretudo das mulheres.
O debate reforçou a importância de dar vez e voz às mulheres negras. Rose Braga, gerente de povos tradicionais de Camaçari, destacou que foi uma oportunidade onde elas puderam falar e serem ouvidas. “Essa perspectiva da troca de experiências entre mulheres representantes de diversos setores da sociedade é extremamente importante, é sempre muito rico culturalmente e reforça que a gente caminha juntas, que estamos de mãos dadas nessa longa estrada”.
Além da roda de conversa, o encontro contou com roda de samba e participação das beijuzeiras de Areia Branca.
O Julho das Pretas em Lauro de Freitas conta com uma série de atividades durante todo o mês, a exemplo da apresentação de vídeos de mulheres negras residentes no município, que falaram sobre fatos marcantes da sua existência; além da realização de lives, rodas de conversas, feiras culturais e intercâmbios de mulheres pretas de cidades circunvizinhas.