Passaram-se dois anos da pandemia da Covid-19 para que Helena Soares, moradora do fim de linha do Centro de Lauro de Freitas, pudesse voltar a sentar na frente de sua casa, para prestigiar o cortejo cívico das escolas municipais e grupos culturais. A retomada da tradição do desfile ocorreu neste sábado (30), véspera do aniversário de 60 anos de emancipação política do município. 

O cortejo cívico com cerca de 30 blocos saiu do local de onde dona Helena mora e seguiu até a Praça da Matriz, no Centro. Para ela, é uma alegria poder ver as ruas tomadas por crianças e jovens. “Eu estava com uma saudade de reviver tudo isso. A pandemia deixou uma tristeza, porque não podia fazer mais nada, mas graças a Deus tudo está voltando ao normal. Olha só que alegria as fanfarras, as escolas”, descreveu. 



Com o mesmo sentimento, a prefeita Moema Gramacho percorreu junto com o desfile e parou no palanque montado próximo à Praça da Matriz, com outras autoridades municipais, para apreciar cada detalhe. “Estou emocionada com a criatividade das escolas e dos grupos culturais. Cada um deles passou aqui contando a história do município, que completa 60 anos. Todos estão de parabéns, os alunos, os grupos e organizadores”, destacou. 

De acordo com a secretária de Educação (SEMED), Vânia Galvão, as escolas municipais retrataram no desfile a história de Lauro de Freitas nos tempos passado, presente e futuro. “A Secretaria constituiu uma comissão com as escolas para trabalhar essa temática. Temos aqui 16 escolas, além de uma da Polícia Militar, participando com muita dedicação e disposição”, relatou. 



Uma das unidades de ensino que participaram foi a Escola Príncipe da Paz. Os estudantes, do 4º e 5º ano, apresentaram no bloco escolar a história do bicentenário da independência do Brasil e a participação de Lauro de Freitas, quando a cidade ainda era conhecida como freguesia de Santo Amaro de Ipitanga. No cortejo, outras escolas ainda representaram a evolução socioeconômica do município. Ilustrações levadas por estudantes, como a do metrô e do engenho do Caji, marcaram os tempos presente e passado. 

Aluna do 7º ano da Escola Solange Coelho, Thalyta Vitória participou pela primeira vez do desfile cívico, como integrante da Banda Marcial Solange Coelho (BAMSOL). “A nossa preparação para o desfile foi dura, mas eu gostei de treinar para estar hoje aqui”, disse a trompetista. Já André Santos, do 5º ano da Escola Quingoma, desfilou pela segunda vez no cortejo tradicional. “Minha escola veio representando os quilombolas, os indígenas, a casa do samba, os costumes da nossa comunidade”, contou.



Sendo quase metade dos blocos do cortejo, os grupos culturais, por sua vez, entraram no circuito para abrilhantar os festejos da emancipação de Lauro de Freitas. Tradicionais no município, grupos como o Criando Asas, Afro Azânia, da Mestra da Cultura Aidê, além de integrantes do Bankoma, reforçaram a identidade territorial, junto às famosas baianas, os capoeiristas e as bandas de percussão. Quatro fanfarras também compuseram o desfile com muita música e coreografia. 

Todo o percurso do cortejo cívico contou com o apoio da Polícia Militar e Guarda Municipal, além da ambulância da Secretaria de Saúde (SESA), do controle de trânsito da Secretaria de Ordem Pública (SETTOP) e limpeza da Secretaria de Serviços Públicos. No trajeto também foi possível encontrar pontos de distribuição de água da Prefeitura Municipal. 

Emancipação 

As celebrações dos 60 anos de emancipação de Lauro de Freitas ainda contam com shows na Praça da Matriz, no Centro da Cidade. Neste sábado, a cantora Margareth Menezes e outras seis bandas se apresentam. No domingo (31), dia oficial do aniversário, é a vez de Vanessa da Mata e mais oito artistas animarem o público.