Já estão em Lauro de Freitas, dez dos 207 trabalhadores encontrados em situação semelhante à escravidão, em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul. De acordo com as primeiras triagens feitas pela SEPADHIR (Secretaria de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial), nesta terça-feira (28), todos são do sexo masculino e com idade entre 20 e 55 anos.

O levantamento inicial aponta que os dez trabalhadores residem nos bairros de Itinga, Parque São Paulo, Capiarara, Chafariz e Vida Nova. O coordenador do Núcleo Municipal de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes (NETP), órgão vinculado a SEPADHIR, Gláucio Moraes, explica que todos vão receber atendimento psicológico e orientações sociais. “Nesse primeiro momento, todos foram orientados a estarem com suas famílias e a partir de amanhã comparecerem à sede do NETP para acompanhamento”.

O caso

Na última quarta-feira (22), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 207 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves. Desses 194 voltaram para a Bahia, estado de origem deles. O alojamento ficava no Bairro Borgo, a cerca de 15 km dos vinhedos do município.

A promessa de salários superiores a R$3 mil atraiu os trabalhadores para trabalhar na colheita da uva. Além disso, a proposta garantiria acomodação e alimentação. Mas no local, a realidade era bem diferente. As jornadas de trabalho diário iniciava às 5h e seguia até às 20h, sem pausas e com folgas apenas aos sábados.